Ao som do piano tocado pelo pai, aos barulhos provindos da cozinha por sua mãe preparar o jantar, a menininha apenas limitava-se em divagar.
Nascer, crescer, estudar, ganhar a vida, morrer. É impressionante como a vida da maioria das pessoas já era planejada pela mais pura monotonia.
Enquanto as pessoas já tinham certeza de suas reais vocações, a garotinha se lamentava por não acreditar em ser boa em alguma coisa. Mas quem poderia culpá-la? Passa mais tempo nas nuvens, e menos em terra firme. Contudo, ela preferia assim. A vida monótona chegava a assustá-la às vezes.
Trabalhar era uma obrigação. Passar o tempo distraindo-se com outras coisas era permitido somente quando tudo o que tinha de fazer estiver completo. Nada de distrações ou tu és destinado a cair dentro de um precipício.
Para ela, tudo era programado, tudo era controlado como uma casinha de bonecas. O ser humano trabalhava enquanto alguém o controlava. Se desobedecer, era castigado. Nada de brincadeiras, nada de devaneios sem significado.
Mas ela ainda se permitia pensar. Ainda não era a vez dela. Sequer permitiria tamanho controle. Não queria ser mais uma a ser controlada.
Todavia, nada é questão de escolha, e sim de deveres.

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Mais um conto bem curtinho, só pra não deixar o blog parado kkkkkk. Também vou tentar postar algo mais alegre no próximo post, ok? KKKKK.

3 Comentários

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Uou.
    Só eu que estou adorando esse blog? Sinceramente, superou minhas expectativas. Sua escrita é "gostosa", não nos permitindo enjoar e a história flui rapidamente, ainda nos deixando com um gostinho de "quero mais". Continue, por favor! <3

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    1. Awn! Muito obrigada, amore! Não tens noção do quão bom é ler um comentário assim <3
      Eu ainda escrevo um conto mais longo alsasjaj. O bom é que vou poder postar com mais frequência com essas férias, então prepare-se <3

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